4.2.07

o monstro do maracanã


O texto abaixo é do jornalista Helder Guimarães Júnior

Final da Copa do Mundo de 1950: 174 mil pessoas eufóricas lotaram o estádio do Maracanã, especialmente construído para aquele dia, com a certeza de assistir de perto àquele que seria o primeiro título mundial do Brasil. O que se viu, entretanto, foi o dia mais trágico do futebol canarinho. O gol de Gighia e o inacreditável placar de 2 a 1 a favor do Uruguai marcariam para sempre a vida dos jogadores que estiveram em campo naquele domingo.
Só mesmo um monstro para resistir à frustração de uma nação inteira. No dia 16 de julho de 1950, ele estava no Maracanã. Ao contrário do goleiro Barbosa, por exemplo, que nunca mais seria o mesmo depois do vice-campeonato, ele foi eleito o melhor jogador brasileiro naquele Mundial. Foi o único não só a voltar a vestir a camisa da seleção brasileira na Copa seguinte, em 1954, na Suíça, como também ostentou a braçadeira de capitão. Mas nem por isso, Bauer, o monstro do Maracanã, saiu ileso da tragédia de 50.
"Aquela decisão foi desastrosa em todos os sentidos. Tanto é verdade que passei praticamente dois anos da minha carreira (51, 52) apresentando um péssimo futebol, o que me levou ao banco de reservas do São Paulo. O que mais me chateou foi terem tentado colocar a culpa toda em cima do Bigode e do Barbosa. Uma injustiça!", declarou, certa vez, à A Gazeta Esportiva. Em razão disso, Bauer chegou até a ter entreveros com a imprensa, que, segundo ele, sempre insistia em lhe perguntar sobre o 'Maracanazo'.
Como se não bastasse a derrota em 1950, o ex-são-paulino ainda teve que passar por outro momento difícil naquele dia. Ele havia sido convencido por um repórter da revista O Cruzeiro a devolver a passagem de volta, do Rio de Janeiro para São Paulo, à estação ferroviária, a fim de permanecer para as comemorações do título. No final catastrófico da partida, o jornalista desapareceu. Bauer só conseguiu embarcar em um trem graças ao falecido narrador esportivo Geraldo José de Almeida, que viajava na companhia de um amigo. Restou ao jogador um lugar no chão.


Jogando pelo São Paulo, Bauer conquistou 06 Campeonatos Paulistas (43, 45, 46, 48, 49 e 53).

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