15.12.06

ressaca

Gosto desse período de ressaca que assola o futebol. Fora pra torcida do Inter, que sonha com a conquista do mundo, quem mais está ligando? Eu, é claro.
Acompanhar especulações de compras, viver a novela da saída ou não de determinado jogador e possíveis trocas de técnicos dão uma boa medida do que se pode esperar do seu clube pro ano que virá.
Será que o Nilmar vem? E o Dagoberto? O Caio Jr vai dar jeito no Palmeiras? E o Romário, volta pro Vasco pra tentar o milésimo gol? Tá vendo, por aí já dá pra se ter uma idéia. Enquanto alguns clubes perdem o sono por causa do Nilmar, e outros tentam trazer jovens jogadores e até mesmo técnicos promissores, numa tentativa de reforçar o elenco ou de tentar colocar ordem na casa, outros se preocupam apenas em agradar a uma parte da torcida, especulando sobre a volta de um antigo ídolo, que tudo o que quer na vida é alcançar o tal do milésimo gol e depois ir tomar a sua cervejinha.
A sensação que eu tenho nessas horas em que os jogadores param e aparecem os “empresários”, é a mesma de quando fico sabendo que alguma banda que eu gosto muito está pra lançar cd novo. Esses dias vi num site que o Radiohead está gravando, e que até já testou algumas músicas novas em shows. E lá vou eu no youtube, encontrar o show e tentar decifrar alguma coisa da música no meio de um milhão de gritos e aplausos. Não dá pra saber como a música é ou será, mas dá pra ter uma idéia. Uma contratação de um jogador desconhecido é isso, você pode pesquisar e até achar alguma coisa sobre ele, como um gol num clássico da segunda divisão do campeonato eslovaco, ou um precioso escanteio cobrado na cabeça do atacante, que faz o gol e comemora a vitória que livrou seu time do rebaixamento. São idéias, vultos do que ele realmente pode ou não fazer, de quem ele é e como joga. Mas isso nunca te dirá se ele vai funcionar no seu time ou não.
Não sei definir esse sentimento que me toma nessas épocas, mas não é só curiosidade, é muito mais que isso. É uma espécie de expectativa que vai te matando aos poucos. Os dias passam e você vai querendo saber mais, vem uma angustia, às vezes até uma espécie de tontura, que é até gostoso, prende a sua atenção, mas que eu duvido que seja saudável.
Uma contratação e algum indício do que pensam os idiotas que dirigem o seu time.Toda a sorte do ano passa a depender disso. É a felicidade e a chance do bom convívio social, sem maus humores e caras fechadas no domingo à noite, tudo isso nas mãos de quem compra e vende os seus jogadores. Não adianta fazer promessas nem pular as sete ondinhas. Simplesmente não depende de você.
Mas a gente não desiste, vai atrás, e só quando conseguir ouvir a música inteira esse sentimento se dissipa.

Nenhum comentário: